O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a embaixadora norte-americana no Brasil, Liliana Ayalde, trocaram as Cartas de Reconhecimento de Equivalência dos Controles de Carne Bovina, que marcam a abertura de mercado para carnes in natura entre os dois países. A cerimônia, no Palácio do Planalto, contou com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, e do ministro das Relações Exteriores, José Serra, além de parlamentares ligados à agropecuária e de representantes do setor produtivo. Temer comemorou o fato de a abertura do mercado norte-americano elevar a produção na cadeia produtiva da carne bovina e, em consequência, contribuir para a geração de emprego no setor.
Maggi ressaltou que o reconhecimento americano será um facilitador para o Brasil conquistar outros mercados, além do americano. Muito mais do que a possibilidade de mandar milhares de toneladas para os Estados Unidos, é a chance de vendermos também para outros países, como apão, Canadá e Coreia do Sul. Esses países seguem o modelo americano. Também tem alguns países da América Central que não têm sistema de controle e também usam o padrão americano, explicou Maggi. Segundo ele, só com os EUA, o potencial de receitas com exportações é de US$ 900 milhões. O ministro disse ainda que a meta é aumentar a participação brasileira no mercado internacional de produtos agropecuários dos atuais 7% para 10%.
Pelo acordo, o Brasil poderá vender carne in natura (fresca e congelada) para os norte-americanos, e os EUA também terão direito de comercializar o produto para o mercado brasileiro. Isso porque os dois países seguiram os procedimentos de avaliação técnica independentes, concluídos no mesmo período. Os americanos estabelecem cotas de importação para os países aptos a vender para eles. Segundo a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Mapa, o Brasil entra agora na cota dos países da América Central, que é de 64,8 mil toneladas por ano, com tarifa de 4% ou 10% dependendo do corte da carne. Fora da cota (sem limite de quantidade), a tarifa é de 26,4 %.
ABIEC
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Antônio Jorge Camardelli, acompanhou a comitiva brasileira em Washington e a cerimônia em Brasília, celebrando mais esta conquista para as exportações brasileiras. A decisão atende à demanda e necessidades do setor e resulta do empenho e esforços conjuntos entre todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina e, em especial, dos técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, afirma Camardelli. Com o anúncio, frigoríficos de 14 Estados (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins) e do Distrito Federal estarão habilitados a exportar carne in natura.
Atualmente, o Brasil já exporta carne industrializada para os EUA, que é um importante parceiro comercial e lidera o ranking de importadores nessa categoria de carne brasileira. Somente neste ano (janeiro a junho), foram enviadas mais de 15 mil toneladas de carne industrializada brasileira para os Estados Unidos, resultando em um faturamento de US$ 130 milhões.
Fonte: Mapa, Abiec e Palácio do Planalto, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.